terça-feira, 19 de julho de 2011

Carta de repúdio

 
Por meio destas palavras, manifestamos nosso repúdio à forma como os concursados da UEG/2010 vêm sendo tratados pela gestão Marconi Perillo. Como é de conhecimento público, em 2010 foi realizado o concurso para cargos de docência na Universidade Estadual de Goiás (UEG), sendo oferecidas 475 vagas para o cargo de Docente de Ensino Superior, classes II, III e IV. O Edital (02/2010, p.15) também prevê que “Os candidatos não classificados dentro do número de vagas e não eliminados por qualquer motivo previsto neste edital comporão a reserva técnica, os quais poderão ser convocados à medida que forem surgindo novas vagas no limite do prazo de validade do concurso”.
Atualmente a UEG conta com mais de 1700 contratos temporários, contratos que estão em processo de regularização, ou seja, até pouco tempo operavam na ilegalidade. Os contratos recebem em torno de 700 reais!!! Somos apenas aproximadamente 300 concursados. Além disso, a UEG, pelo segundo ano consecutivo, em avaliação feita pelo MEC, ocupa posição entre as cinco piores universidades do país, sabemos que um dos critérios para que a UEG não perca o título de universidade é ter professores titulados e qualificados atuando no ensino/pesquisa/extensão.
O Fórum em Defesa da UEG, em grande manifestação em Anápolis e Goiânia, após repercussão na mídia dos problemas atualmente enfrentados pela UEG, teve como resposta do governo, a criação de uma Comissão que discutiria reformas na universidade, mais uma Comissão que fica esquecida, que não revela o que o Fórum, o povo mostrou, que falta professor efetivo, infra-estrutura e incentivo.
Política se faz para o povo e com o povo, pena que a gestão Marconi não entende isso, sequer responde aos “tweets” postados a ele. Não queremos aqui faltar ao respeito com ninguém, como nunca o fizemos, ao contrário, queremos dignidade, sair da condição de mendigar pelas vagas as quais estamos aprovados, sermos ouvidos, termos respostas, enfim, sermos tratados como cidadãos! Não brincamos de fazer concurso, são as nossas vidas em jogo, futuro, famílias, sonhos! É uma situação humilhante e degradante fazer um concurso, estar aprovado, ter que pagar advogado para garantir nosso direito e, acima de tudo, ver um contrato atuando nas vagas que tanto batalhamos e estamos aprovados para nelas atuar.
O atual sistema adotado pela UEG, o qual denominamos, “conta-gotas”, após um ano, sob pressão dos candidatos aprovados, convocou 38 membros da reserva técnica para compor vagas de 38 primeiros colocados no concurso e que, ainda em 2010, desistiram da posse. ABSURDO! DESRESPEITO! A posse dos 38 foi uma bagunça, saiu errado no Diário Oficial do Estado (DOE), conversas atravessadas de todos os lados, e com muita pressão, conseguimos garantir o direito dos colegas.
Não bastando isso, o total descaso com a UEG vai além do que nossa humilde inteligência possa pensar. Prorrogaram o concurso até 31 de dezembro de 2011. Depois de dias atrás do DOE, conseguimos o documento, em consulta jurídica ao nosso advogado, o mesmo nos afirmou que essa prorrogação não tem validade legal, pois o edital reza que o concurso tem validade de um ano, podendo ser prorrogado por igual período, ou seja, nem mais, nem menos. DESRESPEITO! ABSURDO!
Há um mandado de segurança coletivo impetrado na justiça, em Goiânia, no qual, em suas mais de mil páginas explica a situação dos concursados. O desembargador, que julgou a liminar, deferiu que as vagas dos concursados impetrantes sejam reservadas até o decorrer dos trâmites e julgamento do processo. Lembramos que, nos concursos anteriores, todos os concursados foram aproveitados.
Sentimo-nos extremamente desrespeitados com a situação, não há respostas por parte do governador. A politicagem e as brigas partidárias entre atual governador e governador anterior estão postas como justificativa e, com isso, sofre o povo, concursados não nomeados na educação, na saúde, professores não recebem em dia, nem recebem seu pagamento integral. Mas há espaço para mais de 11 mil comissionados na rede estadual de educação, e mais de 1700 na UEG. Em terra de comissionados, concursado não tem vez, é a política de Marconi.
Diante disso, em respeito aos 349 concursados, dentre eles pós-doutores, doutores, mestres e especialistas, exigimos uma atitude do governo frente ao problema! Editais e mais editais são abertos para a contratação de temporários. Enquanto nós concursados aguardamos a nomeação, a UEG continua sem nos dar uma resposta oficial, um sinal de desrespeito ao trabalhador, ao docente, que investe anos em sua carreira, que constrói um currículo e investe tempo, dinheiro e que, aprovados no concurso da UEG, agora convivemos com o descaso, vendo temporários ocupando nossas vagas que tanto lutamos para sermos aprovados. Onde há tantos editais, tantos temporários, há vagas, há necessidade de efetivos.
Reivindicamos apoio da sociedade, de todas as instâncias organizados, movimentos em favor dos trabalhadores, enfim, apoio em prol da efetivação dos concursados da UEG, pois esse é nosso direito. Há diversas áreas que estão operando sem nenhum professor efetivo na UEG, falta professor em algumas unidades em determinadas áreas, enquanto isso, os concursados esperam.
Solicitamos que a Comissão do Movimento Pró-Efetivação dos Concursados UEG/2010 seja recebida, ouvida, com devido respeito, e que, um cronograma seja feito para o período de validade do concurso, contemplando todos os concursados, pois, sabemos que as vagas existem e os aprovados aguardam nomeação. A luta é de toda sociedade por uma educação de qualidade!!!


Um comentário:

  1. Sou Cláudia,doutoranda em Geografia pela UFU. Estou aprovada em Didática e Prática de Ensino em Geografia para Morrinhos. Somos 3 aprovadas para lá, e 2 contratos ocupam nossas vagas. Me sinto indignada com a situação!!! Sou uma entre mais de 300 que esperam uma resposta do governo. Temos ainda colegas que são contratos das próprias vagas que estão aprovados. Queremos ser tratados com dignidade. Efetivação já!!!

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