quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

UEG: Governo quer lista tríplice para eleição de reitor



O POPULAR, GERAL, 16/02/12
Secretário Vilmar Rocha alega que modelo é seguido por grandes universidades
A polêmica discussão sobre a autonomia da Universidade Estadual de Goiás (UEG) promete mais um capítulo no próximo mês, com a proposta do governo estadual de instituir lista tríplice na eleição para reitor. O secretário da Casa Civil, Vilmar Rocha, anunciou ontem que o governo enviará à Assembleia Legislativa projeto de lei que institui mudanças na forma de escolha do comando da UEG.
Atualmente, a universidade elege o reitor. Com o novo modelo, são escolhidos por votação na instituição três nomes que serão submetidos ao governador, assim como ocorre, por exemplo, no Ministério Público Estadual.
Vilmar argumentou que grandes universidades do País adotam o modelo, como a Universidade de São Paulo (USP), além de unidades do governo federal. “Isso existe no Brasil todo. É assim também nos tribunais superiores. É justo que o mantenedor tenha direito de escolher aquele que vai administrar os recursos repassados”, disse.
Além da instituição da lista tríplice, o governo estuda antecipar as eleições na UEG, previstas para setembro. A justificativa é que mantido o calendário, a definição do comando da universidade, incluindo diretores, coincide com o período de eleições municipais. “Queremos evitar a contaminação da disputa política”, explicou Vilmar.
Segundo ele, ainda não há decisão, mas há grande possibilidade de que a eleição na instituição ocorra em junho. Até lá, permanece como interino o professor Haroldo Reimer, que assumiu depois que Luiz Antônio Arantes renunciou ao cargo.
O ex-reitor sofreu desgastes por mais de um ano, em embates com o governo. Por fim, em acerto com o governador Marconi Perillo (PSDB), preferiu deixar o cargo para evitar processo de intervenção na universidade, recomendada pelo MPE por conta de denúncias de irregularidades.
Antes da recomendação do MPE, o governo alterou o regimento da instituição para permitir intervenção no caso de orientação do órgão. Tanto as mudanças no estatuto como a própria escolha do reitor interino foram alvos de críticas de entidades que representam alunos, professores e funcionários. O governador solicitou aos diretores a indicação de lista tríplice, mas acabou escolhendo nome que estava fora da relação.
Com a crise na universidade, o governo teme não conseguir eleger um aliado para a reitoria. Daí a decisão de criar a lista tríplice. Entidades criticam a medida e prometem mobilização na Assembleia contra o projeto.

Temporários são contratados, mas concursados esperam
Enquanto quase cem concursados aguardam nomeação, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) abriu processo de seleção para contratar professores temporários. Edital disponível no site da instituição oferece nove vagas para a unidade de Iporá, mas, segundo informações de funcionários, há outros processos de contratação previstos.
Apesar da previsão de convocação para novembro do ano passado, segundo cronograma divulgado pela Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), o governo anunciou no fim de janeiro que ainda não há previsão de quando os professores serão chamados. O secretário Giuseppe Vecci disse à época que as nomeações seriam discutidas com o comando da UEG.
Neste intervalo, a instituição trocou de reitor, mas ainda não sabe quando o imbróglio será resolvido. O novo reitor, Haroldo Reimer, diz que o assunto está na agenda de discussões com a Casa Civil e que a expectativa é de convocação o mais rápido possível. “Seria desejável que fosse antes do início das aulas (27 de fevereiro). Estou dizendo que seria o melhor para a boa rotina da UEG, mas não posso garantir que sairão”, disse.
O secretário da Casa Civil, Vilma Rocha, também afirma que ainda não foi estabelecida data para convocação. “Acho que será o mais breve possível, mas isso está sendo avaliado pela Segplan”, diz.
Haroldo destaca que as contratações de temporários serão necessárias mesmo com a nomeação de concursados. “Eu vi o pessoal reclamando que chamar temporários e não convocar concursados é uma injustiça e em princípio concordo. Mas é preciso colocar que a demanda é maior que os concursados”, disse.



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